MuXiMa
Adoro a chuva!
Na verdade... detesto-a! E é do SOL que não prescindo.A chuva só me sabe realmente bem quando me sinto confortavel em casa a fazer tudo ou nada e a ouço cair perdidamente do lado de fora e assim me sinto intocável a qualquer chuva que caia sem dó nem piedade, até mesmo em África.
Em Angola, a chuva que cai pode ser impedimento para tudo, nomeadamente deslocações. Tudo fica intransitável, as verdadeiras "picadas" tornam-se piscinas, charcos e lagoas a chão e a céu abertos. É um caos que chega a ser hilariante. E nestas alturas a nossa propria casa pode servir de cubiculo para o trabalho desenfreado do dia-a-dia. É delicioso trabalhar e poder sentir a mescla de cores e luz que o por-do-sol diária e prematuramente proporciona.
Este fim-de-semana foi longo, por ser marcado pela visita do Pápa Bento XVI a Angola. Na sexta, dia da sua chegada houve tolerância de ponto. No Sábado houve discurso para a juventude no Estádio dos Coqueiros e Domingo o ponto alto da visita Papal foi a missa celebrada no Largo da Cimangola (cerca de 1 milhão de Mangolês). Tudo teria corrido bem, se 2 jovens não tivessem sido esmagadas pela multidão quando tentavam entrar no Estádio dos Coqueiros. Não foi por essa razão, mas acabei por decidir não me aventurar a ir "ver o Pápa".
A decisão acertada foi seguir a direcção contraria à multidão, ou seja, Luanda. Sem horas de partida nem de chegada em mente, Muxima foi o destino final. Eis o santuário mais emblemático da Igreja católica em Angola, a 120 km daqui. Chegámos na hora da Missa e fomos convidados a entrar pelo sacerdote residente, um sul americano. No final fomos benzidos por um chuveiro de água benta. Missa em moldes lusitanos, à excepção da benção final, e em que alguém que teve receio que eu pudesse sentir algum friozinho nada próprio da estação e clima e quis fazer cumprir os bons costumes, qual igreja de Itália onde não é permitido entrar sem cumprir alguns requisitos e limites de roupa no corpo.
Tudo isto, aliado ao facto de ter sido uma decisão tomada em cima da hora sem tempo para pensar, depois de um pequeno-almoço bem tardio num Domingo em que não estava à espera de nada e em que em troca fiz mais uma incursão emocionante por África, bem junto ao Rio Kuanza que me proporcionou o por-do-sol que acho ter sido o mais bonito que vi em toda a minha vida.
Mal sabia que o fim-se-semana seria ainda mais prolongado. Segunda-feira também foi dia de tolerância. Este foi o fim-de-semana mais longo que passei em Angola.
E já lá vão 9 meses e 5 dias desde a minha primeira chegada.
LTC.
Na verdade... detesto-a! E é do SOL que não prescindo.A chuva só me sabe realmente bem quando me sinto confortavel em casa a fazer tudo ou nada e a ouço cair perdidamente do lado de fora e assim me sinto intocável a qualquer chuva que caia sem dó nem piedade, até mesmo em África.
Em Angola, a chuva que cai pode ser impedimento para tudo, nomeadamente deslocações. Tudo fica intransitável, as verdadeiras "picadas" tornam-se piscinas, charcos e lagoas a chão e a céu abertos. É um caos que chega a ser hilariante. E nestas alturas a nossa propria casa pode servir de cubiculo para o trabalho desenfreado do dia-a-dia. É delicioso trabalhar e poder sentir a mescla de cores e luz que o por-do-sol diária e prematuramente proporciona.
Este fim-de-semana foi longo, por ser marcado pela visita do Pápa Bento XVI a Angola. Na sexta, dia da sua chegada houve tolerância de ponto. No Sábado houve discurso para a juventude no Estádio dos Coqueiros e Domingo o ponto alto da visita Papal foi a missa celebrada no Largo da Cimangola (cerca de 1 milhão de Mangolês). Tudo teria corrido bem, se 2 jovens não tivessem sido esmagadas pela multidão quando tentavam entrar no Estádio dos Coqueiros. Não foi por essa razão, mas acabei por decidir não me aventurar a ir "ver o Pápa".
A decisão acertada foi seguir a direcção contraria à multidão, ou seja, Luanda. Sem horas de partida nem de chegada em mente, Muxima foi o destino final. Eis o santuário mais emblemático da Igreja católica em Angola, a 120 km daqui. Chegámos na hora da Missa e fomos convidados a entrar pelo sacerdote residente, um sul americano. No final fomos benzidos por um chuveiro de água benta. Missa em moldes lusitanos, à excepção da benção final, e em que alguém que teve receio que eu pudesse sentir algum friozinho nada próprio da estação e clima e quis fazer cumprir os bons costumes, qual igreja de Itália onde não é permitido entrar sem cumprir alguns requisitos e limites de roupa no corpo.
Tudo isto, aliado ao facto de ter sido uma decisão tomada em cima da hora sem tempo para pensar, depois de um pequeno-almoço bem tardio num Domingo em que não estava à espera de nada e em que em troca fiz mais uma incursão emocionante por África, bem junto ao Rio Kuanza que me proporcionou o por-do-sol que acho ter sido o mais bonito que vi em toda a minha vida.
Mal sabia que o fim-se-semana seria ainda mais prolongado. Segunda-feira também foi dia de tolerância. Este foi o fim-de-semana mais longo que passei em Angola.
E já lá vão 9 meses e 5 dias desde a minha primeira chegada.
LTC.
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